quarta-feira, 25 de maio de 2011

Kahlmeyer-Mertens na ANL


Registro com grande satisfação a chegada do professor R. S. Kahlmeyer-Mertens à Academia Niteroiense de Letras, eleito para a cadeira 23, patronímica de Bernardino Senna Campos, cujo último ocupante foi o Jurista Togo de Barros. Reproduzo, sobre ele, abaixo, uma nota biográfica de autoria de Luís Antônio Pimentel:
Roberto (Saraiva) Kahlmeyer-Mertens, professor de filosofia, filho de Roberto Harald G. Kahlmeyer-Mertens, politécnico e Maria Gicelma Saraiva, professora; irmão de Ricardo Saraiva Kahlmeyer-Mertens. Nasceu em Niterói, a 23 de julho de 1972, criando-se no bairro de Itaipu. Vindo de uma família de três gerações de professores, desde muito cedo desenvolveu o hábito de leitura, a ponto de, na década de 1980, já freqüentar nas manhãs de sábado, a livraria Passárgada.
Cursou expressiva parte de seus estudos fundamentais no extinto Colégio Figueiredo Costa, em Santa Rosa, e completou seus estudos secundários no Curso Objetivo, em Niterói. Após dois dedicados apenas a leitura, iniciou em 1995 o curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense - UFF, abandonando-o para se dedicar aos estudos de filosofia. No mesmo ano, ingressou no curso de Filosofia (época em que tomou suas primeiras lições de alemão e grego) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, adquirindo o título de Bacharel, após ter apresentado a monografia: “Do conceito existencial do cuidado em Ser e tempo, de Martin Heidegger”.
Após seus estudos de francês e inglês, cursou o Mestrado em Filosofia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, terminando-o em 2003, defendendo a dissertação: “Análise estrutural do cuidado na analítica existencial de Martin Heidegger”. Logo em seguida, iniciou a graduação em Letras Português-Alemão na UFF, sem concluir, por força de sua aprovação no curso de Doutorado em Filosofia, naquela mesma data. Foi também em 2003 que teve sua primeira experiência docente, lecionando para o Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciências do Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI.
Atualmente, dedica-se ao Doutorado, preparando a tese “Metafísica e facticidade - A hipótese heideggeriana para o começo da metafísica em Ser e tempo“, e ministra aulas como professor substituto na Faculdade de Formação de Professores FFP-UERJ, onde já lecionou para o curso de Pós-graduação em Educação Básica. É Professor na Universidade Cândido Mendes - UCAM de Nova Friburgo e no Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI. Coordena pesquisas na área de Ciências Humanas, orienta monografias e já foi, por diversas vezes, Patrono e Paraninfo de turmas de formandos.
Pesquisando, desde 1995, a obra filosófica do autor alemão Martin Heidegger, é autor de vários livros: Filosofia Primeira - Estudos Sobre Heidegger e outros autores (2005), Tempo e Caminho (2006), Linguagem e método (2007), Verdade-Metafísica-Poesia (2007) e Heidegger & a Educação (2008). Em sua produção bibliográfica, além de uma série de artigos e ensaios publicados em diversas revistas periódicas nacionais.


Intelectuais fluminenses festejam Lucchesi na ABL


A presença de Marco Lucchesi na Academia Brasileira de Letras é um fato para ser intensamente festejado. Não por falar 18 idiomas e ter se tornado o mais jovem acadêmico da ABL, mas por ser, acima de tudo, um intelectual honesto, sem jaça, terno e humilde, a par de brilhante poeta, ensaísta e tradutor. Para nós, fluminenses, é motivo de grande orgulho ver chegar ao olimpo da intelectualidade brasileira um concidadão de Itacoatiara que não esconde o reconhecimento pelas influências recebidas na atmosfera do Calçadão da Cultura, de Carlos Mônaco e sua Livraria Ideal, e do meio literário de Niterói, cidade em que vive desde os oito anos de idade.
Acho difícil encontrar outro escritor brasileiro impregnado da universalidade de Marco Lucchesi. Parece haver compreendido desde cedo, em toda a sua amplitude, o conselho de Tolstoi: “Para ser universal, basta cantar a sua aldeia”. Lucchesi cantou muito mais do que a sua aldeia, tendo passeado ao longo de sua carreira literária por fascinantes caminhos da Europa e do mundo árabe, cujos mistérios parecem tocá-lo profundamente. Porém, sem jamais perder a identidade e o vínculo com a terra que o entreteu, como deixou claro nos agradecimentos ao final de seu discurso de posse na ABL ao lembrar o apoio dado, no início de sua jornada, por Alberto Torres, de O Fluminense, jornal em que publicou seu primeiro artigo, aos 15 anos.
A intelectualidade fluminense prestigiou em grande número e incontido júbilo a posse de Lucchesi na ABL, na última sexta-feira. Lá estava Carlos Mônaco, acompanhado de Roberto Kahlmeyer-Mertens, organizador do livro Conversações com intelectuais fluminenses, com depoimento do próprio Lucchesi, a ser lançado brevemente pela Nitpress. Presentes também Nina Rita, proprietária do jornal O Fluminense; os presidentes do Cenáculo Fluminense de História e Letras, Júlio Vani, e da Academia Niteroiense de Letras, Márcia Pessanha; o artista plástico Israel Pedrosa e João Cândido Portinari, curador da obra de seu pai, o grande Portinari; e vários outros jornalistas, escritores e artistas.
Registro a seguir alguns momentos daquela noite marcante, vários deles clicados por Aldo Pessanha. Outro registro fotográfico da noite, mais completo do que este, pode ser visto no ótimo blog Literatura-Vivência, de Kahlmeyer-Mertens. Recomendo, ainda, a leitura do artigo de Faustino Teixeira sobre Lucchesi no blog Diálogos.